18 de dezembro de 2014

Lançamento de livros: "Colar de Pérolas"", "O Pingente" e "Colar de Pérolas e O Pingente"



Meus querido(as) amigo(as).
Esta carta a vocês tem a finalidade primeira de substituir o evento tradicional de lançamento de livro, portanto, cumprimento a todos com aquele abraço apertado, que vocês sabem, é a minha cara.
Desde 2005, quando escrevi o livro Colar de Pérolas, venho recebendo apoio dos amigo(as). Essa é uma das razões de esse livro estar, agora, na 3ª edição. É um presente para vocês e para mim. Para vocês, porque acreditaram, compraram as edições anteriores; para mim, porque amo escrever e amo saber que vocês leram e gostaram tanto, a ponto de me reportarem isso.
Nesses tempos de modernidade já não fazia mais sentido um livro impresso, com 788 páginas, sendo carregado pelo leitor. Principalmente, porque o preço de produção para nós escritores independentes, e de venda para o leitor, fica proibitivo. Assim, a chegada dos livros eletrônicos vieram favorecer autores e leitores.
Colar de Pérolas (e em breve todas as minhas obras) disponível, agora, em E-book (livro eletrônico) no Google e em todas as livrarias online, a distância de alguns cliques e a bom preço: R$ 19,00 (dezenove reais).

Mas, comigo nada é simples assim, e escrevi O Pingente desse Colar de Pérolas, já na 2ª edição, e também o disponibilizei em E-book, volume com 599 páginas, por apenas R$ 18,00.
Como essa criação estava seriamente divertida, eu quis dar ao leitores uma 3ª opção, e sai também em E-book a 2ª edição dos dois livros acima citados, em um único volume, somando 1344 páginas, organizado de maneira intercalada, já que ambos os livros são narração em primeira pessoa, essa intercalação dá ao leitor uma ideia de que existe réplica entre as protagonistas. O preço deste é R$ 25,00.
Espero que o leitor(a) se divirta como me diverti.
Vocês também encontrarão o livro Arrebol, contos e crônicas.
Neste mês de Natal, e no ano que se inicia, peço a vocês, meus amigo (as), que me presenteiem com mais esse apoio à minha, à nossa literatura brasileira, clicando em quaisquer dos links:
Adquira um exemplar eletrônico de qualquer um dos meus livros: Colar de Pérolas, O Pingente, ou Colar de Pérolas & O Pingente, ou Arrebol.

Peço isso, também em forma de convite, para que vocês conheçam as novas edições, revistas, aperfeiçoadas etc. Nelas, falo de amizade. Espero mesmo que cada um de vocês se sinta uma pérola em meu coração, e compreendam que ao contribuir com essa causa que é minha, mas com a caminhada que é nossa, de fomentar a leitura, também é um modo de lutar para que o Brasil seja um país com menos miseráveis, julgando por mim mesma, que tive na leitura a principal ferramenta de resgate da miséria.
Este livro narra a história de alguém que acreditou em si mesmo. É, sobretudo, história de esforço, trabalho, superação, honestidade... ingredientes tão escassos atualmente em nossa sociedade. Com a adesão de vocês, estes livros poderão sair das páginas menos acessíveis, e ir para as páginas principais dos sites das livrarias, ficando mais evidente para leitores desconhecidos, popularizando mais a obra.
Se você baixar o livro e não possuir o leitor de E-books em seu computador, basta entrar na página: http://www.adobe.com/solutions/ebook/digital-editions/download.html, na opção: Download Digital Edition 4.0.2 Windows (7.2MB), e baixar o programa. É simples, e a página é segura; siga sem preocupação o passo a passo para instalação. Daí em diante poderá ler qualquer E-book.
Como sempre, sei que poderei contar com cada um de vocês, e ainda peço que repasse esta e-mail para seus amigos(as).

Obrigada e boas festas,

Maria Montillarez

30 de outubro de 2014

O dedo *



Cada mão tem cinco dedos e, às vezes, parece que não bastam. Quando eu enchi minhas mãos com a cara de uma fulana, foi de uma violência pré-histórica, mas eu queria ter tido mais dedos, mais! A ânsia era de alcançar-lhe, além dos ouvidos, todos os orifícios que pudessem contê-la em seu ímpeto de me agredir.

Foi meu momento bestial na vida dela e na minha. Contam
que essa bestialidade é cotidiano dela, mas não sendo o meu, é outra história.  Dizem, que mesmo inabituais, todos passam por algum momento assim. Digo por mim: é vexatório. Principalmente o depois.

Meu amigo Fred teve um desses momentos, e nele, um dedo mudou seu destino.

– Como foi isso, Fred? – Eu perguntei, enquanto discutíamos aquele livro dele que virou sucesso.

– Ah, eu estava no começo da minha vida de empregado, numa Companhia multinacional. Você sabe, nasci pra liderar. Fazia poucos dias que a empresa havia me contratado, quando um colega teve de sair para cobrir outro posto, mas o posto dele não podia ficar a descoberto, e me mandaram ocupar a vaga dele. Quando ele retornou, ficou furioso, disse nomes feios.”

Fiquei curiosa para arrancar de Fred cada um dos “nomes feios”. Ora, esse Fred é um homem que trabalha com palavras!, Frederico não acha nenhuma palavra feia, propriamente. No máximo, inadequada.

Fiquei com a cabeça cheia de suposições, mas não arranquei nada dele. Vieram-me à ideia milhões de prováveis e impronunciáveis combinações em alemão, russo, aramaico e até na “única língua que o diabo respeita”, segundo Chico Buarque, o húngaro. Podia ser uma palavra assim, que ele não acharia bonita, por ser diferente? Não, Fred não era preconceituoso, que eu soubesse. Havia de ter sido uma palavra ofensiva ao seu brio.

Não a confessou. Só o crime: munira-se de uma cadeira, e como o incrível hulk, arremessara-a barbaramente contra seu ofensor. Decepara-lhe um dedo.

– Meu sucesso Executivo foi aniquilado com esse meu gesto primitivo. Fui demitido, e a mancha da violência fixou-se em meu currículo para sempre. Iniciou-se uma longa carreira de pesares unilaterais, que durou 30 anos. A frase: “Você tirou sangue de outro ser humano” dita a mim, pelo meu superior na Companhia, ainda ressoa em meus ouvidos. Segui outro rumo. Pra Executivo não ia servir mais. Nem o Tonho. Bom moço ele, apesar desse evento. Me arrependi. Éramos jovens e cabeças-quente. Eu sempre sabia que ele vivia com medo de mim, cruzando ruas diferentes, pra se desviar – lamentou. – Eu, doido pra esbarrar nele, conversar! Mas o cão é que Tonho, sabendo que eu queria isso, mais medo tinha d’eu tá na cata pra matar ele! Fugia!... Vivia acossado! Aí eu mais me perturbava. Parei de tentar encontrar ele, pra ele ter sossego, parar de interpretar ao contrário as minhas intenções. Um dia, eu estava em uma grande loja de departamento, escolhendo um papel de parede para o quarto de minha neta, junto com minha esposa (íamos presentear minha nora grávida), quando o Tonho chegou a mim, começou a falar sobre aquele material, que era de boa qualidade, e não parou mais. Fez que eu me interessasse foi pelo quarto todo do bebê! Não estava me reconhecendo, eu pensei. Mas também foi falando que aquela lojona era dele, convidou a gente pra sala dele, ofereceu café. Sentamos, fechamos negócio parcialmente com ele, naquele papel de parede e nas outras coisas para o quarto da minha netinha que chegaria. Tonho contou que também era avô e feliz. E sem o dedo mínimo, segurava a xícara com seu café. Muito constrangido, eu disse a ele: ‘Todos os recados que lhe mandei foram pra pedir perdão, dizer que me arrependi do arroubo daquele dia. Aquele dia mudou minha vida, meus sentimentos. Naquele dia, eu chorei, feito criança. Tirei sangue de outro ser humano. Apenas eu deveria ter perdido o emprego, Tonho. Não achei justo você também ter sido mandado embora. Eu sou o Fred, você não está me reconhecendo? Ele depôs a xícara sobre a mesa, a mão tremeu um pouco, e respondeu:

– Pensei que atendendo você, pessoalmente, você me achasse um cara legal, me perdoasse por ter ofendido sua mãe e não quisesse mais me matar.  Pra defender a honra de minha mãe, eu teria arrancado sua mão, Fred. Você só decepou meu dedo.

Aquele foi o dia em que Fred lavou a sua alma e a de Tonho. Não surgiu uma amizade, mas findou-se uma longa carreira de pesares, iniciada numa multinacional, em que um dedo mudou para sempre a vida de dois homens.



* Trecho do livro: ARREBOL, de Maria Montillarez

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Boa leitura!

21 de outubro de 2014

Gato cronista *

Sou gato. Está na cara, nos olhos azuis, no corpo peludo.  Não posso negar esse óbvio. Sei que não posso, porque, em abundante vaidade já tentei negar, mas sai-me pelos poros todo esse viço.
Como todo animal, tenho faro, mas sou ousado, abuso e preciso transpor os limites, a fim de saber o que permitem, ou não, a um gato da minha laia.
Não trepo em qualquer cantinho; lugares vulgares não
fazem meu gênero; não sou vira-latas e tenho estilo. Sou um gato de bom gosto, ligeiramente reservado e de coração benigno. Meu nome é... Gato!
– Gato!
Ouviram? Eu disse que me chamam Gato. Adiantaria negar, se a fama brada à minha porta? As gatinhas me adoram, miam por mim. Atualmente o que me inquieta é ter encafifado que não vou envelhecer.
– Gato!
– Já vou! – abri a porta e dei com Mariana.
– O que foi lindona? Não grite assim, que acorda a vizinhança.
– Quem tá aí contigo? – Ela perguntou, enfiando a cabeça pelo vão da minha porta, interrompida pelo meu atlético físico. Voltou-se a posição anterior e mordiscou uma unha, já quase em sangue.
– Ninguém tá lá dentro, Marianinha. Você é muito possessiva, para uma lindeza.
– O que tem a ver?
– Tem a ver, que tanta formosura, minha paixão, não devia lhe permitir tamanha insegurança.
– Tu não vai me fazer de boba, Gato. Se papai souber que tu anda me traindo, ele arranca teu couro com água quente! Além do mais, sou cobra criada! – advertiu-me e abaixou a mão; cessou parcialmente o sibilar (não o vadiar). Num repente, apalpou meu órgão identificador. Saltei para trás.
– Que isso, mulher?!
– Vai ficar sem ele, se me chifrar. Ouvi você falando com alguém. Eu ouvi. Só não vi quem era. Tava no corredor, e se enfiou numa dessas tocas aí? Tem mais ap nesse prédio do que cela em presídio estadual – murmurou em meu ouvido, a aprendiz de serpente.
Em sua pouca idade, já dominava a arte do amor profissional. Disso, o pai dela não sabia. De mim, ela não cobrava, é claro, pois que sou eu lindo, gostoso, a meta, o Gato! Sei o que sou: um felino garboso, um prêmio para algumas privilegiadas gatinhas. Nem ligo, se invejosos me acusam de gabarola, se elas atestam diariamente meu valor. Os invejosos que se lixem!
– Dei pra falar sozinho, lindeza – expliquei, sem convencer muito. – Preciso pedir permissão pra falar sozinho? Deixe disso, sabe que sou teu! – Ela ria enquanto eu cheirava seu pescoço, e foi amolecendo. – É novo esse perfume – farejei.
Gatinhas ficam loucas quando a gente “dá uma dentro” e nota qualquer novidade. Na verdade, eu chutei. Aquele podia muito bem ser o perfume de sempre, aí eu me fingiria de equivocado.
– Tu notou, foi? É novinho mesmo. Botei pra ti.
Na mosca! Puxei a mulher pra dentro, porque se eu encostava, meu amigo queria trabalhar. Toda vida fui um gato assanhado, e é moda em meu país: “Caiu na rede é peixe”.
A vizinhança ficava doida, porque em meu ap não havia isolante acústico, e a satisfação mútua que acontecia sobre meu colchão fazia estremecer os arredores.
Habitualmente as mocinhas moradoras ao me encontrarem no elevador se riam – as menos assanhadas – e abaixavam as vistas; não me encaravam.
Aprendi isso sobre garotas: se olham para o sujeito e abaixam as vistas, são mais do que simplesmente tímidas. Existe nesse pequeno gesto um indicativo de moça séria, recatada, dessas ideais para se casar. Eu tratava de fugir delas, por mais formosas que fossem.
De outro modo, se gatinhas me fitavam nos olhos e sustentavam, era um convite, estavam “dando mole”, aí era só jogar um charme; um convite, e pronto, entravam no meu ap.
Os mais adultos – quase sempre os pais destas mocinhas –, miravam-me com olhar repreensivo, crítico, severo. Eu saía escorregando pela lateral da porta do elevador, com medo de apanhar.
Os senhores idosos, se não me olhavam com ar de reverência, como fosse eu alguma autoridade (e era, do sexo!), não me destratavam; os que me respeitavam me davam tapinhas às costas e diziam jocosamente:
– Tem de se alimentar bem, Alex, pra manter o vigor. – E piscavam em cumplicidade. – Cê tá me entendendo, filho?
– Claro, claro. Obrigado pela preocupação.
– Já tive a sua idade, sei como é.
Meu problema eram as senhoras mais idosas e solitárias. A mais atrevida (se é que posso eu falar em alguém atrevido, sem a seta apontar para mim mesmo), era dona Suzete. Diziam que tinha mais de setenta. Que mulher fogosa!
Sempre fui gentil e atencioso com ela, pois o dever dos mais jovens é também ser atenciosos com os mais velhos. Eu cumpria meu dever social para com ela, quando sobrava uma vaga em minha lotada agenda. Geralmente ela não me cobrava exclusividade, e seria um despropósito fazê-lo, já que eu era um gato em pleno vigor físico, e não ajustáramos vínculo algum. A exceção era Mariana, com quem ela implicava.
Dona Suzete tentava retribuir minhas gentilezas com dinheiro, relógio de ouro... Certo dia ofereceu-me de presente um carro. Esses oferecimentos me aborreciam, porque o que a natureza me ofertara gratuitamente, eu não iria empenhar por dinheiro, por presentes. Isso não! Ela me deveria aceitar sempre de brinde, como uma compensação pela vida infeliz e miserável que tivera até ali, abandonada pelos filhos, viúva, enfim. Eu me fizera seu prêmio, embora ela teimasse em não me querer aceitar de graça.
– Acha que vou querer mandar em você, se aceitar meus agrados, menino Alex?
– Não é nada disso, dona Suzete. Só não é princípio meu, aceitar pagamento maior do que o prazer puro e simples.
Ela fazia cara de feliz por imaginar que ainda pudesse proporcionar prazer a um homem viril, mas mandava o pai de Mariana entregá-los a mim, assim mesmo. O pai de Mariana era seu empregado de confiança. Certa vez, ela segredou-me:
– O menino, pai de Mariana, fede igual a um gambá, do pé à boca! Por isso, não aceito chamegos com ele. É do ofício pro lixo, o pobrezinho. Ouviu, menino Alex? Chamegos com ele, nem pensar! – enfatizou, decerto, em receio de eu ter ciúmes.
Depois de o pai de Mariana me entregar encomendas de dona Suzete, eu tinha um trabalhão para devolvê-las. Era a parte mais chata. Não o devolver; o trabalhar. Eu não gostava de trabalhar, inda mais se tivesse de trabalhar fixo, com patrão no meu pé, ordenando, cobrando. No caso dos presentes, eu era meu patrão me cobrando rapidez. Queimavam-me as mãos e dava-me a sensação de estar extorquindo velhinhas. Pecaminoso demais até para gatos do meu estilo.
Apesar de não apreciar trabalho, eu trabalhava. Tinha de comprar meu sal, minhas vitaminas, minhas poucas roupas.
Meu trabalho era, portanto, autônomo. Eu vendia crônicas a um colunista famoso. Colunista que sabia bulhufas da arte de escrever crônicas. Até lê-las, ele lia mal. Então, eu as escrevia e ele as assinava e as publicava como suas. Eu faturava o suficiente com esse trampo. O ap era meu, de herança; com problema de aluguel, eu não penava. Estava na metade da última crônica, quando fui interrompido por Mariana.
Marianinha saiu feliz do meu ap., depois de constatar que lá só havia eu, naquela manhã. Ouvi-a cumprimentar dona Suzete e adormeci.
Não me lembro de possuir nenhuma camisola de dormir. Fui sempre um gato largado e dormia de qualquer jeito, de cueca, de calça jeans, nu. Remexi-me dentro de um camisolão de cor frufru e não fazia ideia de como fora parar dentro dele. Aquilo não era traje para um gato! Senti como que uma brisa em meu pescoço e voltei o olhar pelos arredores da minha cama. Eu não estava em minha cama, não era meu quarto. Muitas pessoas estavam aglomeradas a volta de algum evento que não deveria ser nada alegre. Eu não podia afirmar que fosse o contrário, porque não as estava vendo de frente.
Reparei que dois homens conversavam e me aproximei deles. Não se demonstraram incomodados com minha presença, nem com minha vestimenta incomum. Não se inibiram em sua discussão perante mim, como fosse eu transparente.
– Ela residia nesse prédio há mais de vinte anos. Dizem que viu o garoto nascer. O que não entendo é porque uma senhora idosa chegou a esse ponto.
O outro homem, pelo trajar era policial, anuiu de cabeça e afirmou:
– Ela efetuou um disparo na cabeça dele, com uma .44, e um comparsa arremessou-o da sacada. Esse meliante é o pai de uma tal Mariana, e evadiu-se.
– Foi a tal que pagou as despesas e comprou a mortalha roxa do enterro?
Eu caí sentado. Que loucura era aquela? Então aquele cenário era o de um enterro? Mortalha roxa? Fui ficando mais surpreso e ouvi a voz de Mariana.
– Fui eu mesma que paguei tudo. Eu gostava dele! Não era um mau sujeito, sabe? Aquela velha miserável, infeliz! Como pôde fazer uma barbaridade dessas?! E meu pai? Eu não acredito que ele ajudou a ela nisso! O Gato era bom, era sim!
Um clarão ofuscou minha vista e nada mais pude ver, nem ouvir.
Ainda não envelheci, nem terminei a crônica que estava escrevendo, cujo tema era a “melhor idade”, e me inspirava em dona Suzete. Fui impedido, sem ter culpa de ter nascido gato.
Felizmente, terei ainda mais seis vidas. Nas cinco vidas sequentes, escreverei minhas crônicas, encontrarei outras Marianas, outras senhorinhas solitárias para acalorar; poderei aprender a ser um gato menos fátuo. Porém, para essa vida que se aproximava – a segunda – desejei ser consciência. Desejei do meu âmago, com a força das profundidades, a força de quem foi traído em seu sentimento mais puro. Não desejei ser uma consciência qualquer ou a consciência de qualquer um. Almejei reviver como a consciência de minha assassina solitária, com quem fui completo cavalheiro. Concentrei-me nela.
Dona Suzete foi encontrada morta, poucas horas depois, vítima de parada cardíaca.
Ainda não existe diagnóstico capaz de apontar a consciência como causa mortis.




* Trecho do livro: ARREBOL, de Maria Montillarez

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Boa leitura!