28 de setembro de 2019

Pescador de Histórias, Rogério Corrêa


Sinopse do livro Pescador de Histórias: Quando se fala em pescadores e caçadores muitos pensam que eles incrementam as suas histórias, que são mentirosos ou que inventam certas situações para contar vantagem. Admito que alguns causos que ouvi são difíceis de acreditar, porém, alguns episódios estranhos já aconteceram comigo, e, se eu os contasse, algumas pessoas poderiam duvidar ou dizer que são “histórias de pescador”. Enfim, para fazer este trabalho foram entrevistadas pessoas de vários locais, no intuito de que seus causos inusitados fossem repassados para você e futuras gerações. Também falarei sobre a importância da preservação do meio ambiente, a pesca e a caça no Brasil.

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23 de setembro de 2019

Crônicas de minha vida nada sã, de Maria Montillarez




Mais um lançamento pelo selo do Instituto/Editora ICEIB. 

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Trecho do livro "Histórias do Além (assombrações, experiências sobrenaturais, visagens, tesouros, ...)", de Rogério Corrêa

Trecho do livro "Histórias do Além (assombrações, experiências sobrenaturais, visagens, tesouros, ...)", de Rogério Corrêa:
- Casebre mal-assombrado
Na sede velha da fazenda Claro de Minas já aconteceram muitas coisas estranhas.O finado Jair contou que testemunhou um dia em que algumas pessoas espíritas desenterraram um pequeno tesouro perto do velho casebre.
Aconteceram muitas coisas estranhas naquela noite, viram dicoques[1] do tamanho de uma bacia, um gato preto dos olhos vermelhos e do rabo muito grosso, além do aparecimento de marimbondos.
Zé Raimundo contou que morava na tal casa de fazenda do senhor José, seu compadre, e presenciou um casal de baianos que morava em Belo Horizonte e havia sido contratado para tirar as coisas esquisitas dali, falharem. Assim como outros, como se verá adiante. No caso dos baianos, um bicho prendeu as pernas do homem atrás da cabeça dele, e a coisa foi feia. Somente com muito sacrifício foi que as pernas do homem voltaram para o lugar.
Em outra ocasião chamaram uma mulher para “fazer o trabalho” de tentar retirar as assombrações do lugar. A mulher começou a falar coisas incompreensíveis, e andar com as mãos em lugar dos pés. Às vezes, andava apenas em uma das mãos dentro da casa. Foi um peteco só.
Já era bem tarde da noite, e o Zé Raimundo e a esposa dele não queriam dormir no local, então resolveram ir para Vazante.
No entanto, as pessoas contratadas pediram para ninguém ir enquanto não concluíssem todo o trabalho, caso contrário poderia acontecer alguma coisa no caminho.
As recomendações foram atendidas, aguardaram dentro do carro. Quando era de madrugada, acordaram e avistaram um homem estranho passando próximo ao carro e desaparecer em seguida. Isso não o impressionou, pois podia ser uma pessoa qualquer passando por ali naquele horário. Porém, criou coragem de ir embora para a cidade, mesmo correndo o perigo de o bicho jogar eles dentro de uma ponte ou coisa parecida.
Não aconteceu nada e também não resolveram o problema.
Novamente trouxeram ajuda com outra pessoa do ramo, outra mulher. Ela chegou na fazenda por volta de meio-dia. Pouco tempo depois ela disse que a coisa estava debaixo de um pé de manga. Mal falou isso e levou uma queda bruta que a virou de pés pra cima, ela se esborrachou no chão.
Ao se levantar, a mulher estava com uma voz estranha e falando coisas esquisitas, braba como uma onça raivosa, falando que iria pegar um da família. Nessa hora o homem que acompanhava a mulher pediu para ajudá-lo a segurá-la. A mulher passou a mão em um trancelim de ouro e o trancelim se despedaçou em muitos pedaços.
Continuava espumando a boca e falando coisas do outro mundo, coisas que ninguém entendia. O marido da mulher pediu ajuda. Ele era mais jovem, naquela época, tinha muita força. Foi em direção à mulher e deu uma cacetada nas costas dela, com as próprias mãos. Ele pensou que ela iria cair de bruços devido à forte pancada, só que a coisa deu uma cambalhota e caiu de costas, e continuou falando coisas estranhas.
Novamente o marido da mulher pediu ajuda, no sentido de irem buscar outro cidadão também dedicado ao mundo espiritual para ajudá-los a resolver o caso.
Zé Raimundo não quis saber de ir buscar o outro homem na cidade, entregou as chaves para ele e pediu que entregassem o carro no outro dia.
Pensou que não receberia o carro inteiro. No outro dia entregaram o carro do mesmo jeito que antes e foi informado que não deram conta de resolver o caso.
Se antes não tinha medo, a partir daí começou a ficar com muito receio da coisa. Por respeito ao proprietário da fazenda, apesar dos bons motivos para se mudar de lá, sempre era convencido a não o fazer, porque se se mudasse, nenhuma outra pessoa moraria lá.
Passados alguns dias, acordou durante a noite e sentiu um grande arruaço e ouviu uma voz grossa dentro do quarto escuro. Ele perguntou:
― Quem está aí? O que você quer?
E a coisa respondeu:
― A partir de agora, é eu, ocê ou um túmulo.
Naquela hora ele falou para a coisa que não queria nada de túmulo ou de coisa nenhuma, só queria sair dali.
Chamou a esposa, mas, ela não acordava de jeito nenhum. Depois de muita insistência, conseguiu despertá-la. Contou o que tinha acontecido e informou que iam para a cidade naquela hora (pouco mais de meia-noite). Era só o tempo de vestirem as roupas e pegar uma lamparina[2] para levar até o carro.
Zé Raimundo ficou com tanto medo que chegou a pensar que a coisa iria pegar eles no caminho e cortar o farol do carro. Por isso, tinha de levar uma lamparina.
Entrou no seu fusca e seguiu viagem muito preocupado e ainda assombrado. No caminho não aconteceu nada, porém, quando entrou na cidade, perto onde é o atual Fórum de Justiça, virou para à direita, na rua que atualmente fica a Delegacia de Polícia Civil. A coisa deu uma chicotada no carro, na parte traseira, fez um barulhão, parecia um tiro, de tão alto. Olhou pelo retrovisor e, dos lados, não viu nada. Perdeu a coragem de parar na delegacia e acelerou. Ao chegar na fazenda de seu patrão, não quis acordá-lo. Dormiram na casa próxima, onde a sua mãe morava.
Quando o dia amanheceu, o senhor José avistou o carro, e então foi cumprimentar seu compadre.
― Bom dia, compadre.
― Bom dia.
― O que aconteceu para estar aqui tão cedo? ― Ele perguntou.
Zé Raimundo contou tudo ao patrão, o compadre senhor José, e informou que não voltaria mais àquela casa.
Nessa hora o senhor José colocou as mãos na cabeça e suplicou:
― Meu compadre, pelo amor de Deus, não deixa a casa, porque se o senhor sair de lá, outra pessoa não permanecerá na casa.
― Compadre, dessa vez não tem volta, está decidido, não durmo lá nunca mais.
― Não tem volta mesmo?
― Não, compadre, eu lamento.
Zé Virgílio ficou calado por algum tempo, depois falou:
― O senhor vai ter que voltar lá agora para tirar o leite e levar sal para o gado.
Senhor José era muito sistemático, e por eles darem muito certo, resolveu fazer o solicitado. Quando já estava perto da fazenda, em uma reta, uns cento e poucos metros da casa, a coisa ruim pegou um dos lados do carro e levantou para o alto, se levantasse mais um pouco ele virava. Ficou com tanto medo que só lembrou de pedir proteção à Nossa Senhora, e, então, o cramulhão soltou o fusca e deu aquele solavanco que quase o despedaçou.
Zé Raimundo conta que olhou para os lados e não viu nada. Naquele momento ele se tremia todo, e o medo era demais. A parte da estrada em que ele estava era um lugar tão reto, e sem mais nem menos o trem fez aquilo com o carro!
Terminou de chegar na casa, porém, não entrou dentro dela. Zé Raimundo estava meio desorientado, parecia um tanto ruim da cabeça. Mesmo daquele jeito, tirou o leite, fez os queijos, colocou sal nos cochos e retornou para a fazenda do patrão.
Ficou tão descabreado com aquele lugar assombrado, que acabou esquecendo até o cachorro que ele mais gostava. Nos outros dias ele não retornou à fazenda, o senhor José tinha arrumado outro peão para tirar o leite e fazer os queijos.
Passados alguns dias, Zé Raimundo se lembrou de que tinha de voltar lá para buscar o cachorro, caso contrário, o cachorro morreria de fome.
Dessa vez foram a cavalo, levando um cachorro preto da irmã dele, o corta-ferro, e mais dois homens.
Olharam o gado, e, quando estavam passando perto do cemitério, veio um carro e atropelou o cachorro corta-ferro. O bichinho morreu na hora. O meu cachorro foi levado amarrado para não fugir.
Se é ou não coincidência, Zé Raimundo disse que evita pensar naquilo.
Alguns dias depois, voltou lá para mostrar a propriedade para o Baltazar, e o Baltazar disse a ele:
― Zé Raimundo você é mole demais, sô! Da dondejá se viu isso? Se aparecer algo aqui, irei amarrar ele pelo saco.
Zé Raimundo desejou boa sorte, ao Baltazar, explicando que não teve coragem de permanecer ali.
Poucos dias depois de ele sair da casa, o Baltazar bebeu uma enorme quantidade de veneno Furadan[3], e de acordo com os conhecidos dele, fez até um buraco na cacunda.
Ficou-se sabendo também, pela boca dos outros, que logo após o Baltazar ter bebido veneno, foi em direção aos seus amigos e falou que tinha bebido uma coisa e ia morrer, só que não queria morrer de jeito nenhum, mas, ia morrer de todo jeito. E morreu de fato.
Zé Raimundo acha que foram as bobeiras que o sujeito falou que provocaram a sua morte.
Após essa tragédia o senhor José convidou um padre para uma celebração na fazenda assobrada. No dia da missa, além dos muitos convidados e familiares, estavam presentes junto com eles um pai de santo de outra cidade, para resguardar o padre, caso acontecesse algo com ele.
Apenas senhor José e a esposa dele tinham conhecimento do fato. Depois do ato ecumênico, nunca mais teve algo diferente na fazenda. Foram muitos os moradores e nenhum deles reclamou de assombração.
[1] Sapo bem grande conhecido popularmente como cururu.
[2] Lamparina é um objeto cônico de latão onde se derrama querosene que molha um cordão que serve de pavio para colocar fogo e iluminar o local. Lamparinas eram usadas principalmente onde não possuiam energia elétrica. Atualmente são poucas as localidades que as usam.
[3] Furadan é um veneno fortíssimo e perigoso. Inclusive existem vários relatos de pessoas perderem a vida após a sua ingestão.

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18 de setembro de 2019

Lançamento do livro A filha de minha mulher, de Maria Montillarez na versão digital


Sinopse do livro A filha de minha mulher, de Maria Montillarez: Filho de portugueses, Noel César, que tem o relacionamento rompido com os pais por querer viver definitivamente no Brasil, tem baixa resistência à mudanças. Porém, ao casar-se com Marisa, diretora da sucursal de uma multinacional de cosméticos, a Gourmetic do Brasil, se vê compelido a mudar-se de Brasília para São Paulo e recomeçar, por amor a sua esposa.
Marisa tem uma filha do primeiro casamento, este rompido sob o pretexto de traição. A filha de Marisa, Rafaela, então com dez anos, perde o pai para o câncer, mas a mãe, esta, Rafaela nunca tivera de fato, porque a vaidade e a futilidade eram mais importantes para Marisa do que a maternidade. Um acidente aéreo tornou a ausência da mãe definitiva.
A morte de Marisa que fez de Rafaela órfã, agora de ambos os pais, deu a Noel César direito tutelar. Dignamente, mas enlutado, ele cumpria seu papel.
O papel de pai pode ser ilimitado. O de tutor fica a critério judicial. Mas para Noel César, o amor à Marisa era quem balisava o processo dessa tutela. Todo o resto não passava de mera formalidade.
Atendendo um desejo que Marisa tinha, Rafaela foi estudar na Irlanda, onde viveu até os 21 anos de idade, sempre sob tutela e largos cuidados de Noel César. Mas essa tutela e cuidados não poderiam ser nomeados de presença física. Foram seis longos anos de saudades e de muito amor recônditos para ela. A volta para o Brasil aconteceu sob muitas expectativas.
No aeroporto de São Paulo não encontrou Noel César. Apenas sua família de parte da falecida mãe, sempre presentes em sua vida. Contudo, não eram Noel. Ele cuidara dela, de tudo para ela, da quilha, mas, não estava ali.
Assim transcorreu mais um ano, e Noel César apenas dera por encerrado seu papel de tutor, deixando claro que agora ambos deveriam seguir suas vidas. Uki, a empregada que estava com ela desde sua infância, mencionara que Noel César agora tinha uma companheira, Tatiana. Rafaela se sentiu intimidada, além da já tão ruim e truncada comunicação que vinha existindo entre ela e Noel César, desde Dublin. E para não viver só, ela se envolvera com Marcus, um machão quatrocentista de São Paulo. A esperança dela de reencontrar Noel César era no aniversário dela de 22 anos. Noel César jamais deixara de se manifestar em seus aniversários. Será que ele finalmente apareceria e poriam diálogos emocionais em dia? Ela sentia que seu coração não sobreviveria além daquele aniversário sem conversar com ele, seu norte. Tinham em comum sua mãe morta, sua sobrevida, seu ar... Seu tio Eduardo lhe dissera: Você é o reflexo de Marisa. Se parece demais com ela, e é a Marisa intocável em você que Noel evita. Não é a Rafaela. Entendeu? Você se parece mais com ela, a cada dia. Por isso, todos nós entendemos e admiramos o que Noel sente e como procede, respeitosamente, em relação a você.
Noel César está diante de um dilema moral. Rafaela é como se fosse sua filha. Mas não é. De todo modo, em seu denso caráter ilibado jamais olharia para A filha de sua mulher com olhos de cobiça olhos. Porém, ela está apaixonada. Ele sente. Não sabe. A família dela sabe. Marisa sabia. Está dado o nó.


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17 de setembro de 2019

O lançamento do livro A filha de minha mulher, de Maria Montillarez foi um sucesso!
































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Texto do livro Arrebol, da escritora Maria Montillarez

Texto "Sorte sua" que consta do livro "Arrebol", da escritora Maria Montillarez:

Para se viver como vitorioso tem-se que fazer parecer fácil. Obstáculos? Ah, você não os viu!
Para o vitorioso é de bom tom aparentar que obstáculo é coisa de gente fadada ao
insucesso. Desprezar as dificuldades, até desdenhar delas, deve ser trivialidade. Tornar-se, portanto, absolutamente alheio às barreiras transpostas, é um tipo de antídoto. É a explicação da qual se valem certos analistas pós-vitoriosos, dos porquês doutros vitoriosos procederem sem tombos visíveis.
Tenho outra opinião:

Acreditar nesses idiotas é uma armadilha. Eles têm a missão de transformar seres humanos em alienados competitivos em demasia. São capazes de sugar toda sua vitalidade, jovialidade – esqueça a família! –, até você se tornar inútil, um bagaço de laranja e, se brincar, levam-lhe o bagaço.

Como vitorioso, quando maliciosamente for inquirido, acerca de quão difícil foi esta ou aquela batalha, você deve sorrir e dizer que não foi nada, apenas um esquivo aqui, um deslocar-se ali, e tudo caminhou para onde tinha de ir, como já estava pré-concebido ao seu inquiridor; que tudo foi obra do acaso, estar no lugar certo na hora certa... Do contrário, ele vai sim, discordar de você, e minimizar os seus vastos esforços. Ele não quer mesmo saber o quanto lhe custou.

Tenho outra opinião:

Ele não se importa com você, nem com os meios. Só com os fins, os resultados, isto, se forem bons.

Utilizando-se desse artifício, embora pareça penoso e você desejasse mesmo dar algum bom exemplo, esqueça. Disfarçar o seu horror ao descaso do outro, lhe doerá menos. Principalmente, se seu inquiridor for seu melhor amigo, ou seu familiar preferido, ou (o pior!) seu chefe. Não por maldade dele (será que não?), é claro, mas porque ele tem a gentil necessidade de vê-lo como um vencedor, e vencedor não arde, não sangra, não geme... Já experimentou fingir uma fraqueza? Logo lhe acusarão de estar fazendo corpo mole. Baseados na sua folha corrida, esse tipo de acusação não soaria absurda demais? Sim, mas só para você. Pois ele só quer uma ínfima lacuna para declarar que você deve tudo em sua vida à sorte. Você é cuzão.

Tenho outra opinião:

Invejosos são trabalhadores, porém, incompetentes demais para validar qualquer outra pessoa. Alguns, além de invejosos e incompetentes, são também narcisistas, o que lhes dificulta olhar para além do próprio umbigo, então, a sina do invejoso – para nosso deleite – é afogarem-se no próprio merdaral.

É sábio parecer que não lhe custou parte da saúde, as noites insone em busca de soluções; mãos e pés calejados... E, já que tudo, em síntese, foi sorte, deve continuar a parecer, de fato. Você tem espírito elevado, espírito de vencedor, e não polemiza sem motivo, não entra em luta previamente inglória.

Tenho outra opinião:

É da natureza humana a dissensão, o confronto. O humano que tem possibilidade de expandir seu conhecimento – privilégio de poucos neste país –, questiona, debate, propõe. Briga como uma onça preta. A passividade é comportamento dos domados, condicionados. Cuide que sua mente continue pertencendo a você, não a terceiros. A quem pertence sua mente?

Ser bem-sucedido é um grande fardo. Sair da merda e andar fora da sarjeta gera curiosidade, surgem as perguntas. Você começa a pensar que teria sido mais fácil ocultar-se atrás do pretexto de que não teve êxito em seus intentos, devido à má sorte e ficar lá, junto com aqueles que nunca vencem ou não tentam. Quase duvida de si mesmo!

É compreensível que o nome que dão ao seu esforço e impulso de superação magoe. Porém, é só mais um dos obstáculos a transpor, um mergulhar em si e descobrir a força que o eleva, e isso é parte do processo que o torna capaz de realizar feitos notáveis.

Minha opinião para você, notável:

Erga a cabeça, sacuda os ombros e continue andando. É contra sua natureza fracassar.

Minha opinião para você, acomodado:

Ao invés de azedar o seu próximo, faça sua própria sorte. Contrarie sua natureza de escorpião.

Muitas vezes o sortudo ri, de si para si, e conclui que foi mesmo grande sorte ter êxito, a despeito das incomensuráveis dificuldades – que o acomodado nunca notou! Quase acredita que essa ave agourenta está com a razão. Felizmente seu bom senso é parte constituinte de sua matriz de vencedor. Logo despreza a concepção de sorte e azar. Cada um faz seu destino: ação e consequência, ou dizendo mais francamente: cada um colhe o que planta.

sorte, portanto, para o vitorioso, é exatamente isso. Ser vencedor ostentando a leveza da modéstia, da simplicidade; trabalhando duro e até sangrando, numa solidão indescritível, mas tão certo como o horário de verão é uma presepada, terá muita companhia para dividir os resultados.


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Sob o olhar do mal, de Maria Montillarez

Prefácio do livro Sob o olhar do mal, de Maria Montillarez:

A escritora Maria Montillarez não se cansa de surpreender seus leitores pela maestria com que navega por várias áreas e questões complexas de nossa sociedade, as quais tornam os seus romances tão ricos e inovadores.
Apesar do respeito e admiração por Maria Montillarez, minha agenda desfavorecia a que 
eu pudesse prefaciar o livro Sob o olhar do mal. Eu teria de recusar o privilégio, embora olhasse para os originais que eu deveria ler para prefaciar, e uma profunda reverência ao trabalho dela me impelisse a lê-lo, pois, sempre que a leio, saio da experiência modificado.
Por isso, caro leitor, não pretendo enganá-lo acerca do conteúdo deste livro, e irei aconselhá-lo a não ler Sob o olhar do malse sua intenção não for a de se tornar mais um leitor preso às teias de outro intenso romance urdido por Maria Montillarez! Atesto que fui pego pela trama de Sob o olhar do mal, quando disse a mim mesmo: Lerei a primeira página e direi à Maria Montillarez que lamento, mas o ofício me impediu de prefaciá-lo etc., etc., e tal.
Tão logo iniciei a leitura, telefonei a ela, já um tanto comprometido, contagiado... Antes de eu dizer qualquer negativa, ela me garantiu: “Você tem todo tempo do mundo pra escrever esse prefácio! Não se apresse!” Me desarmou. Mas eu disse a mim mesmo que iria ser capaz de resistir ao livro. Encostei-o. Já estava virando ponto de honra.
Tive uns reveses na vida, Maria Montillarez apareceu para os pesares, como boa companheira de Academia, e, apesar do sentimento nítido, vi nos olhos dela aquele compromisso do prefácio. Bati o pé em silêncio. Não ia ter prefácio!
Mas o que era aquilo? Afinal ela nem tocara no assunto? O que havia entre mim e os livros dela? Oras, não tinha a ver com Maria, era com os livros dela que eu me embatia. Ia ganhando tempo.
Certo dia, abri um e-mail dela que tratava de assuntos relativos à Academia de Letras da qual somos confrades. De algum modo li letras pululando na tela: “Não estou cobrando nada, mas escreva se lembra do prefácio?”
Comecei a pensar que o livro tinha poderes e me espionava. Contudo, era minha consciência de leitor rendido, e não pude parar naquela primeira página. O conteúdo do romance foi me instigando a seguir em frente, página após página, para saber o desenrolar da história. Em vários momentos obriguei-me a refletir sobre alguns padrões impregnados em nossa sociedade, graças a abordagem de temas que ainda são tabus para muitos e geram preconceito, discriminação e até exclusão social: pode-se, ás vezes pensar que eles estão errados, enquanto tabus, sendo tão somente preconceitos.
O objetivo de alguns dos personagens principais é viver uma vida plena, buscando saciar suas paixões, mesmo que elas saiam do senso comum. Isso corrobora com a singularidade da obra, essa que marca profundamente e nos torna leitor-presa neste interessante enredo.
Assim, rendido, disse a mim mesmo que faria aquela leitura em... talvez, uma semana! Em um milênio, escreveria o prefácio, oras! Sou filósofo, e apreciar literatura me dá um pouco nos nervos!
Qual foi minha grata surpresa?
A leitura que seria de uma semana (ou mais), eu a fiz em um dia! Pela razão simples e única de que devorei o livro! — E o livro me devorou!
Maria Montillarez é reputada como autora de romances longos, com muitas páginas. No entanto, Sob o olhar do mal é um livro curto, mas de conteúdo intenso e instigante. Portanto, para quem gosta de ler um excelente livro, recomendo que viva sua experiência Sob o olhar do mal.

Rogério Corrêa
Filósofo e escritor mineiro.

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EU PLANTEI A ARMADILHA? — Opção sofisticada pela penúria —, da escritora Maria Montillarez

Trecho do livro EU PLANTEI A ARMADILHA? — Opção sofisticada pela penúria —, da escritora Maria Montillarez:



FAZIA FRIO. A FOME TAMBÉM era outro incômodo, e com ela, a sede. Estes são problemas comuns a muitos seres humanos, embora variem em alguns aspectos. Pode até 
nalguns casos a fome, o frio e a sede serem de ordem intelectual, sentimental, mas, ninguém está a salvo de sentir um ou todos esses sentimentos juntos. A grandeza e a pequenez de ser gente é que distingue um sofredor do outro.
Era isso que Aryana pensava, enquanto em vão apertava os dentes para que se atritassem menos. Durante o dia fora quente como podia se supor que seria o próprio inferno. Havia se encolhido enquanto coisas explodiam, estralavam. A temperatura oscilara muito, porém, o calor foi predominante a maior parte do tempo. Ali era silencioso. Aquela porta de aço, acima da escada de numerosos degraus, e aquelas paredes revestidas de concreto, certamente também possuíam mais algum revestimento, evitando a chegada de sons ali.
Ela se encolhera em um descanso. Tivera tempo de explorar o local antes de o fogo lamber a casa em cima, mas não fizera, agora se perguntava por que deixara se dominar pela raiva e improvisara, afinal, tinha até o dia seguinte para sair da casa. Teria dado tempo explorar o que havia ali embaixo, trazer algumas coisas básicas para sobrevivência, se precisasse, pois não fazia ideia de quanto tempo ficaria ali.
Agora começava a fazer frio, e se intensificara muito, os bombeiros resfriaram o local acima dela, e Aryana praguejava:
— Será que esses filhos-da-puta jogaram gelo ali em cima? Será que gastaram toda a porra do hidrogênio da cidade no incêndio da casa dos sete anões?
Temeu, por algum tempo, se aprofundar na escuridão do local para procurar algum agasalho. Nem sabia exatamente o que temia. Seria a morte? Nunca havia temido a morte, mas naqueles instantes sentira algo que se parecia com temor, embora se ausentasse de um sentir consciente; era mais no âmbito do instinto, esse que é ativado em qualquer ser vivo ante a percepção de alguma ameaça à própria vida.
Começava a se perguntar se aquele era apenas um momento de miséria em sua vida, em que tudo viera dando errado, e ela acabara naquele lugar escuro, ou se aquilo se tornaria permanente. Então, ao pensar na permanência da situação, achou a morte interessante, e a espécie de medo cessou. Levou a mão à barriga e pensou no bebê que carregava. Admitiu para si mesma ser a primeira vez em que pensava nele como ele mesmo, não como uma moeda de troca para chantagear um homem alvo. Primeiro usara-o para tentar “adoçar” Graco, depois, para manobrar Magno.  Tentara mesmo manobrar Magno, ou apenas fora se deixando levar pelas circunstâncias?
— Eu me deixei levar — falou para a barriga. — Fui acreditando devagarzinho que eu e Graco poderíamos ter algum... presente ou futuro. Mas pra que fui pensar em futuro com aquele otário? Ah, o que estou fazendo, falando com um feto? Droga! Preciso mesmo é me mover, fazer alguma coisa. Não posso ficar aqui me lamentando pra um feto que nem vai nascer. Você não vai nascer, ouviu, embrião?! — gritou. — Claro que não ouviu. Você nem tem ouvidos. Não é gente nem nada ainda — sorriu e se levantou, tentou apalpar as paredes. Seguiu tateando corredor afora, por vários metros. Sua mão tocou algo e, como ao tato se parecesse um interruptor de energia, ela o acionou. O local se iluminou, e ela avistou uma porta no fim de um corredor. Estava destrancada, mas era uma porta tipo corta-incêndio, mas muito bonita. Ela a empurrou, e luzes se acenderam acionadas por sensores de calor. Onde estava escuro e ela entrava, luzes se acendiam, bem como as outras se apagavam quando ela saía do ambiente. Aryana abriu um largo sorriso de satisfação e espanto ao ver a imensa sala à sua frente, e outros cômodos enormes e lindamente decorados.
Havia móveis cobertos, e foi descobrindo-os. Explorando o local, entendeu que se tratava de uma casa luxuosa, no subsolo da casinha de Magno Campestrini, que ardera o dia inteiro.
Estava impressionada com o luxo. Mas se era de Magno Campestrini, o homem mais rico da cidade, o espantoso era ele vir morando naquela casinha que ela ateara fogo. Porém, uma pergunta lhe veio à mente: por que aquela casa subterrânea existia? Por que Magno mantinha aquele lugar? E a história de haver vendido a casa, como se encaixava naquele investimento subterrâneo e vice-versa? Que planos Magno teria para aquele lugar imenso e lindo?
Essas perguntas teriam de esperar as respostas para outro momento, pois o cansaço a estava vencendo, além da fome, frio e sede. O cansaço a tomava mais e mais. Encontrou a cozinha. Tudo perfeitamente habitável, como se esperasse alguém. Efetivamente alguém fazia a manutenção daquele lugar. Como não percebera nada? A negra devia saber de tudo. Por essas e outras era que odiava negros. Não podia confiar neles. Mas podia confiar em alguém no mundo, além de si mesma?
Bebeu água, abriu uma caixa de leite, encheu um copo e bebeu também, como se estivesse há anos sem comer. Seus pensamentos, porém, continuavam confusos. Era inteligente, mas aquele dia fora muito para um corpo carregando outro dentro. Enfiou um pacote de milho pra pipoca no micro-ondas. Comeu-as com voracidade. Nada estava fazendo sentido. Talvez precisasse dormir um pouco.
Cambaleou até um quarto e desabou sobre uma cama. Dormiu.


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Os amigos de sempre, de Maria Montillarez

O livro Os amigos de sempre, da escritora Maria Montillarez é o tipo de romance que desperta ou amor ou ódio visceral. Por
isso, a autora Maria Montillarez escreveu o Prólogo pro-réu: “ [...] Escrevi esta [...] conforme as impressões que o real me causou. Num momento eu estava perdida entre o real e o imaginário, noutro embebida daquele viço vicioso de ser homem jamanta, pois o macho brasileiro é especial em seu modo de ver o mundo; ele pode ir de um extremo ao outro, sem mais delongas ou explicações. Já ouvi que a culpa é do clima tropical. Nada mais inverossímil do que isso. Nada mais cômodo do que justificar a história de opressões contra a mulher atribuindo a culpa ao clima. Se assim o fosse, o que dizer dos países gélidos com seus machistas seculares? De todo modo, o leitor é dono das interpretações que fizer daquilo que ler. E, citando Gonçalves de Magalhães: “... não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos” (Suspiros Poéticos e Saudades, 1836). Magalhães se antepunha à crítica e disse mais: “Eis as necessárias explicações para aqueles que lêem[sic] de boa fé, e se aprazem de colher uma pérola no meio das ondas; para aqueles, porém, que com olhos de prisma tudo decompõem, e como as serpentes sabem converter veneno até o néctar das flores, tudo é perdido; o que poderemos nós dizer-lhes?... Eis uma pedra onde afiem suas presas; mais uma taça onde saciem sua febre de escárnio.” (idem, ibidem).

Façam suas apostas antes de iniciarem a leitura!

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Lygia, texto da escritora Maria Montillarez:

Lygia,

Em 1974 eu e minha família vivíamos em um lugar inóspito, o exato oposto do nordeste onde nasci: úmido, quentíssimo, muitos mosquitos, malária, febre amarela, lama, mata fechada e índios. Era a Transamazônica em toda sua bruteza.
Eu, que há pouco brincava de rodas, às vezes, em volta da fogueira nas noites enluaradas de São João, jamais imaginara tamanho pesadelo. Agora, nenhuma fogueira iluminava aquele lugar detestável; eu perdia minhas raízes. Meus irmãos se moldaram de pecuaristas e fruticultores que eram, em caçadores. Comíamos carne quando eles matavam um bicho na mata, e conhecemos os sabores do norte do país.
Aos 13 anos conheci a literatura de Lygia Fagundes Telles. As meninas me cativaram, e preciso falar de como esse romance mudou meu curso. Li-o várias vezes, pra poder entendê-lo. Não por culpa do livro, mas de minha leitura deficiente. Até ali, meu histórico vinha sendo infiel à minha escolaridade. Mas queria tanto entender aquelas três meninas!... E como era que a cidade inteira, do livro de Lião, cheirava a pêssego? Eu nunca tinha visto um pêssego na vida! Como se pareceria o cheiro de pêssego? Mesmo que fosse exagero, poderia o cheiro de pêssego ser tão forte a ponto de fazer uma cidade inteira ficar perfumada? O que era pêssego, meu Deus?
Era um questionamento simples, mas para quem jamais questionara coisa alguma, aquela era uma questão que eu precisava solucionar. A cidade seria pequena, tão pequena quê?... Ou os pêssegos seriam enormes, ou tantos?... 
Aquilo me fervilhava à mente. Perguntei a uma professora como uma cidade inteira poderia cheirar a pêssego, que, embora Lorena achasse ser exagero de Lião, a própria Lião tanto sentira o cheiro que escrevera a respeito. Ou Lião apenas imaginara que a cidade inteira cheirava a pêssego? Eu queria saber se minha professora já tinha visto um pêssego. E como era um pêssego?
A professora me disse que depois me responderia. Passou a fugir de mim.
Hoje, acredito que, como vivíamos na mesma região, era compreensível que ela também não fizesse ideia do que fosse um pêssego. Estávamos em 1983, sem Google, a quilômetros de uma biblioteca que tivesse enciclopédia... Enfim, encontrar a gravura de um pêssego pra me mostrar, seria..., usando as palavras da personagem Lorena: exorbitar demais. Quase ninguém ali possuía TV, as que existiam, eram em preto e branco. Além disso, por que alguém comentaria sobre cheiro de pêssegos, na TV?
Nessa época tudo que fosse bom era proibido. Vivíamos em plena ditadura militar. Ah, mas eu adorava muitas outras partes do livro, que decorei, como aquela de "beber água de coco e mijar no mar". Água de coco, eu conhecia muito bem, também a sensação de mijar no rio, lagoa que fosse... O livro me arrancava do mundo real insuportável, e me levava às possibilidades mais incríveis. Aquele livro era para mim! Eu era Lião revolucionária, Lorena virgem, Ana Turva miserável. Mas eu era, sobretudo, a receptora das mensagens implícitas e explícitas na história de cada uma das meninas de Lygia; das causas e consequências das ações de cada uma delas. Dali, eu tirei o ensinamento de dever sempre buscar o equilíbrio. Lygia Fagundes Telles falava comigo, pois minha mãe que me pariu estava longe demais da minha vida e alma. Lygia havia me captado, me adotado e me aconselhava, aconchegava, aconsegurava naquelas páginas. No dia em que nasci, morri. No dia em que abri aquele livro, renasci. Lygia soprou, com sua literatura, uma nova vida em meu cérebro. 
E um dia eu disse isso à Lygia, via e-mail. Ela, aos 94 anos. Eu, já com 13 livros editados e ocupando a cadeira número 7 de uma Academia de Letras em Brasília. Lygia me respondeu, por e-mail, e me enviou a mais recente edição do livro “As meninas”, aquele que movera meu mundo. No autógrafo, Lygia me chama de irmã, e isso por si só valeu minha vida.

Escrever é adotar pessoas.
(Maria Montillarez)

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